16 dezembro 2020

Maternidade: Dilemas da 2ª gestação

Oie meus amores! 

Como vocês estão? 
Nós estamos bem, graças a Deus. 

Hoje eu venho compartilhar o motivo do meu sumiço por aqui e todos os dilemas
 da segunda gestação (e sim, é mais complexo do que eu imaginava). 

Mateus foi planejado, nós paramos com o método contraceptivo quando Mariana tinha mais ou menos 1 ano e meio e para a nossa surpresa, recebemos o positivo super rápido (rápido em comparação ao da Mariana que demorou 7 anos e 10 meses, do Mateus foi 1 ano e 3 meses).

Não queríamos filhos com uma diferença muito grande de idade, principalmente pela nossa própria idade (já passamos dos 30 e vocês sabem como é, né? Já não temos aquele pique todo haha) e para que eles pudessem crescer em fases iguais ou parecidas pelo menos. Nossa única exigência é que ambos não estivessem em fase de fraldas para que financeiramente não ficasse tão pesado para nós (e deu super certo, quando descobrimos a gravidez do Mateus, Mariana estava com 2 anos e 8 meses e não usava mais fraldas). 

Então, a questão é: Se tudo foi tão planejado e deu certo, quais os dilemas? 
TODOS e vou enumera-los agora pra vocês. 

1ª Nenhuma gestação é igual a outra.
A gente tem a mania de comparar as coisas (e isso acaba se tornando inevitável na gestação também), mas o que eu tenho aprendido é que, NENHUMA GESTAÇÃO É IGUAL A OUTRA.
Gestação da Mariana: Não tive enjoo, dormi muito (as vezes mais de 12 horas direto) e tivemos alguns episódios de sangramento no inicio. 
Gestação do Mateus: Muito enjoo até as 12º semanas, sem sangramentos, dor na lombar (não sabia o que era isso na gestação da May), insônia e falta de ar. 
Me diga, como a gente se prepara psicologicamente pra ser tudo diferente desse jeito?
#INUTIL hahaha

2º A gente sabe tudo, mas as vezes era melhor não saber nada.
É ótimo saber o que nos espera durante a gravidez, parto e pós parto. Mas confesso, é tão (ou mais) assustador do que bom, principalmente após uma situação TÃO traumática quanto foi da Mariana (tivemos uma prolapso de cordão (quando o cordão saí pelo canal vaginal) e isso obstruiu a oxigenação e ela nasceu em parada, quase morta). 
Por vezes me sinto angustiada, como se fosse melhor não ter experiência nenhuma, do que ter uma tão ruim (por mais que eu saiba que tudo é diferente, eu não consigo não levar essa situação comigo). 
Hoje eu tenho mais medo em relação ao parto na gravidez do Mateus, do que tinha na gravidez da Mariana. 

3º Culpa
Nasce uma mãe, nasce uma culpa. 
Me senti culpada e me questionei VÁRIAS vezes se realmente era o momento de gerar uma nova vida (principalmente agora em meio a uma pandemia e tendo outra criança pequena); me culpo por me sentir cansada e não ter o mesmo folego que tinha antes para brincar com a May... Enfim, uma culpa em cima da outra! 

4º Mariana é só uma criança
Por mais que Mariana seja muito esperta para a idade, ela é só uma criança e não tem a maturidade e entendimento necessário para saber que a chegada do irmão não será uma divisão ou subtração, mas sim, uma adição, uma multiplicação de amor. 
Nos últimos meses ela mudou completamente de comportamento, se tornou mais agressiva no modo de falar (gritando), sensível (chorando sem motivo), teve alguns escapes de xixi (fazendo na roupa), respondendo de forma rude, não obedecendo, mais apego a mim, entre outros. Em conversa com a pediatra dela, ela disse ser esperado esse comportamento, pois Mariana não sabe como será com a chegada do irmão, hoje ela só vê coisas dele (a gente comprando e arrumando), todo mundo "olhando" minha barriga e tenta de alguma forma chamar a atenção.
Então, estamos tentando vencer essa situação com o amor e a paciência. 
Sempre tenho meu momento com ela, tomamos banho todos os dias juntas (mesmo sendo MUITO cansativo pra mim), sempre que compro algo para o Mateus, compro uma lembrancinha pra ela (as vezes até um bombom já deixa ela feliz), beijo, abraço, digo que a amo, que ela é a menina da minha vida
#MINHA.GAROTA, que nunca vou deixa-la, brinco, canto... 

Enfim, percebem o quanto somos exigidas?
Somos julgadas pela sociedade ("a quarentena foi boa fazendo filho, né?" as pessoas não conhecem 1/3 da nossa história), somos sentenciadas por nós mesmas e pelas nossas inseguranças. Confesso, as vezes não sei lidar com tamanhas cobranças (dá um aperto no coração, uma vontade de chorar), mas estou aqui para dizer que tudo são fases e que cada fase tem as suas preocupações e que em todas ela haja MUITO amor para vencer! Pois só o amor vence!
♥  

Desculpem o desabafo, mas maternidade não é conto de fadas, não é mar de rosas, é doação, sacrifícios e muitas renuncias! Mas mesmo com tantas dificuldades, é a MELHOR coisa da vida! Basta um sorriso, um abraço apertado para esquecermos toda dor!

E vocês, me contem suas experiências! 
Já se sentiram assim também durante a espera do segundo filho? 

Grande beijo,
Ninna Bueno

Um comentário:

  1. Muito bonito o seu relato. O que me impressiona é a sua sinceridade. Eu vejo muita gente blogando, mostrando só o lado bom: os unicórnios, os arco íris e tudo de lindo que há na vida em familia. você aqui mostrou tudo e isto dá uma sensacão de empatia muito grande de que você entende exatamente o que é ser mãe e ter uma família. Eu estou com 48 anos e tenho um grande arrependimento de não ter tido um segundo filho. Minha mãe e minhas tias foram férteis até os 55 anos de idade, pariram pra caramba. Uma das minhas tias tem 13 filhos kkkkkkkkkkkkk e eu sei que eu poderia sim ter um filho agora, mas eu sei que não seria responsável sendo que minha filha tem 14 anos, vivemos num apartamento pequeno aqui na Noruega onde o padrão de vida é alto e os custos são altíssimos para tudo. Mas confesso que se acontecesse sem querer, eu teria muitos medos, mas também muitas alegrias. Agradeco muito a sua postagem. Muito bacana mesmo!

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